Arte Medieval
O monopólio cultural da Igreja, somado à intensa religiosidade que acabou se refletindo nas artes e na mentalidade da época, seria chamado de teocentrismo cultural.
Assim como a filosofia, a arquitetura refletiu tanto a insegurança quanto a religiosidade da Alta Idade Média. Os principais monumentos arquitetônicos do período foram igrejas, e o estilo predominante foi o românico. Caracterizado por grandes edifícios maciços, com grossas paredes para a sua sustentação e pequeno número de janelas, exibia predominância de linhas horizontais. A simplicidade ornamental do exterior e do interior das construções era outra característica do estilo românico, cujas curvas baseavam-se no arco romano.
O interior das igrejas românicas era escuro e frio, mas, com as suas grossas paredes, criavam uma impressão de proteção. De certa forma, o interior cheio de sombras expressava uma perspectiva teológica: mais reflexão que ação, mais fé cega que razão. Na verdade, tratava-se de edifícios perfeitamente adequados para o homem da Alta Idade Média e sua mentalidade agostiniana. A pintura e a escultura pouco se evoluíram, estando quase sempre a serviço da Igreja. Assim, dentre os poucos ornamentos das catedrais românicas, eventualmente se encontravam esculturas e afrescos.
Entretanto, na Baixa Idade Média, as grandes transformações provocadas pela expansão comercial afetaram o monopólio cultural exercido pela Igreja. De fato, o crescimento do comércio e o contato cada vez mais intenso e frequente com outros povos, principalmente do Oriente, fizeram com