Arte como Distinção e Eternização no Cemitério São Francisco de Paula
ETERNIZAÇÃO DO STATUS SOCIAL NO CEMITÉRIO SÃO
FRANCISCO DE PAULA
Sara Jane dos Santos1
Artur Freitas2
Resumo
O presente artigo pretende apresentar um breve histórico do surgimento dos cemitérios extramuros, também conhecidos como cemitérios secularizados, o contexto histórico em que se inserem, bem como suas relações com a sociedade que deles passa a usufruir e como a arte neles presente pode demonstrar e eternizar estas relações, não apenas sociais, como também economicas, tendo o cemitério
São Franscisco de Paula como objeto central de pesquisa.
Palavras-chave: Escultura Tumular, Cemitérios Secularizados, Arte Cemiterial.
Para entender o contexto produtivo do que chamamos de arte cemiterial, ou escultura tumular, especialmente nos cemitérios secularizados, é preciso conhecer e entender pormenores do contexto social e cultural que originou este ambiente que pôde então ser transformado numa espécie de museu a céu aberto. Entender a presença da arte nos cemitérios, é entender um processo onde a arte adquire uma função muito específica, onde está refletida uma intensa mudança nas relações sociais e econômicas e da sociedade.
Assim, sendo o cemitério São Francisco de Paula o primeiro cemitério extramuros da cidade de Curitiba, é nele que estão registradas estas mudanças ao longo de toda sua história. Como estas transformações são realmente mais fortes
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Acadêmica do curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes do Paraná.
Historiador da arte, doutor e mestre em História pela Universidade Federal do Paraná
(PGHIS/UFPR), graduado em Artes pela mesma instituição (DEARTES/UFPR), professor adjunto da
Faculdade de Artes do Paraná (FAP/UNESPAR), professor do Programa de Pós-Graduação em
História da Universidade Federal do Paraná (PGHIS/UFPR) e líder do grupo de pesquisa NAVIS –
Núcleo de Artes Visuais (CNPq) – arturfreitas@bol.com.br
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nos primeiros anos de existência dele, é importante