Art decó

RIO
RIO
DE JANEIRO
ART DÉCO

Um primor, o livro Rio de Janeiro Art Déco, de Márcio
Roiter, presidente do Art Déco Brasil Institute. Além da brilhante pesquisa iconográfica e do texto esclarecedor sobre a representação art déco na arquitetura e decoração cariocas, o livro é uma preciosa peça documental sobre essa arte, que os maus cuidados com a memória histórica da cidade mais bonita do Brasil ameaçam não preservar.
Adaptado por: Nilza Bellini

Rio de Janeiro-Art Deco.indd 2-3

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Conta a lenda que, ao visitar a Baía de Guanabara, em 1935, Cole Porter ficou tão deslumbrado com a beleza do Rio de Janeiro que exclamou: "It's delightful". Sua mulher, Linda Lee Thomas, completou:
"It's delicious". E um amigo do casal, Monty Woolley, acrescentou: "It's de-lovely!". Um ano depois, nascia
It's de-lovely, uma de suas mais famosas canções.
Cole Porter viajava, então, num grande transtlântico.
Eram esses navios gigantes e luxuosos que traziam, ao Rio, idólatras das nossas belezas. Navios que eram, segundo definição de Márcio Roiter, presidente do
Art Déco Brasil Institute, verdadeiras embaixadas flutuantes do estilo que marcou a história arquitetônica do Rio, entre 1920 e 1945. A história de Cole Porter é apenas uma das que Roiter conta em seu livro Rio de Janeiro Art Déco, obra imperdível para quem quer
Portão norte de entrada da exposição internacional do centenário, Esplanada do Castelo, Augusto Malta,
1922.

conhecer melhor a Cidade Maravilhosa. O estilo art déco perdurou até a Segunda Guerra Mundial e não foi um momento efêmero.
A estética dos navios, símbolo da evolução tecnológica e do surgimento da era moderna, combinava linhas aerodinâmicas com luxo e sofisticação. Segundo
Márcio Alves Roiter, é incontestável a universalidade desse estilo ou movimento artístico, datado das primeiras décadas do século 20. Arte e indústria nunca mantiveram diálogo tão sofisticado na história das artes decorativas como