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OPÇÃO II – CAPÍTULOS 23, 24 E 25
CENA 1 – EXTERNA – SERRARIA – DIA
PAULO HONÓRIO:
Mas homem como vou ficar sem essa máquina? Minha casa e a de todo mundo vai ficar sem luz! (BRAVO)
MAQUINISTA:
Não tenho o que fazê não sinhô, tô precisando de uma peça que vem lá de Maceió para arrumar esse dínamo.
PAULO HONÓRIO:
Então o que tá esperando para buscar essa peça?
MAQUINISTA:
Já que o sinhô liberou, tudo bem... Amanhã mesmo vou ligar prum homem que conheço na cidade, que me arranja a peça, acho que em dois dias vai tá tudo certo.
PAULO HONÓRIO:
Tá bom, fazer o que não é mesmo?
MAQUINISTA:
- Essas coisa acontece mesmo seu Paulo!
(PAULO HONÓRIO SAI BRAVO, BUFANDO E RESMUNGANDO, DEIXA O MAQUINISTA FALANDO SOZINHO)
PAULO HONÓRIO:
Desleixados, agora fica um monte de madeira aí perdida, acumula algodão naquele paiol pequeno... Assim não dá!
CENA 2 – EXTERNA - RIACHO – DIA
(PAULO HONÓRIO ENCONTRA MARGARIDA LAVANDO AS CANELAS COM UM GRAVETO NO RIACHO)
PAULO HONÓRIO:
Boa tarde, mãe Margarida!
MARGARIDA:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
(CUMPRIMENTA MAS SEM SABER QUEM É INICIALMENTE)
Ah! É você Paulo!
PAULO HONÓRIO:
Sou eu sim mãe Margarida! E como a senhora tá? E a saúde?
MARGARIDA:
Aqui vamos dando, meu filho. Melhor do que mereço a Deus!
(MARGARIDA SECA A CANELA COM A SAIA)
PAULO HONÓRIO:
Falta alguma coisa lá no rancho?
MARGARIDA:
Falta nada! Tem tudo, a sinhá manda tudo. Um despotismo de luxo: lençóis, sapatos, tanta roupa! Para que isso? Sapato no meu pé não vai. E não me cubro. Só preciso uma esteira. Uma esteira e o fogo.
PAULO HONÓRIO:
Está direito, mãe Margarida. Passe bem. (CONTINUA ANDANDO EM SENTIDO AO PASTO)
Não acredito que a Madalena fica gastando dinheiro com isso, tudo tem limite! Não trabalho que nem um bicho para ela ficar dando coisas para o povo daqui!
(IRRITADO E MEIO ATORDOADO)
CENA 3 – EXTERNA – PASTO – DIA