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Ao fazer esta reflexão, o narrador interrompe sua solidão e inicia um relacionamento confuso e cheio de feridas com o irmão em um momento que é de dor para toda a família. O irmão, no entanto, parece tentar de forma internalizada desfazer o conflito não explicitado, a ambientação colabora para todo o desenvolvimento de tensão que permeia o conto.
Em um primeiro momento, a descrição do ambiente onde os irmãos se encontram dá lugar para uma minuciosa caracterização das personagens, priorizando-as, o que estava passando na cabeça do narrador, os movimentos, as ações, tudo é descrito e, muitas vezes, justificado: “Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade, sinto que não a governo, eu mesmo aborreço ao ouvi-la.” (VEIGA, 1959, p. 138/138). No entanto, ao findar o conto, há uma retomada do ambiente e de suas características, mas sempre com o intuito de priorizar a sensação de ansiedade e agonia do narrador-personagem:
Francamente já não sei o que fazer, a minha experiência não me socorre, não sei como fugir daquela sala, dos retratos da parede, do velho espelho embaciado que reflete uma estampa do Sagrado Coração, do assoalho de tábuas empenadas formando ondas. (VEIGA, 1959, p. José J. Veiga (ao lado), publicado pela Editora Civilização Brasileira — Rio de Janeiro, 1981, nos apresenta um enredo no qual o conflito gira em torno de uma relação conturbada entre dois irmãos. Para tanto, o foco narrativo se encontra em 1ª pessoa, ou seja, o narrador é o irmão mais velho que vai conduzindo o leitor e o inserindo naquele contexto tenso e conturbado, no qual as personagens estavam: “Faço-lhe perguntas e noto sua avidez em respondê-las, mas logo vejo a inutilidade de prosseguir nesse caminho, as perguntas parecem-me formais e as respostas forçadas e complacentes.” (VEIGA, 1959, p. 138).Ao longo do conto, o narrador nos descreve um conflito interno e muito tenso o qual consiste na ausência de uma relação de convivência