Arquitetura
Na sucessão dos sintomas que prenunciavam o fim do regime de exceção, o restabelecimento da abertura e da ordem democrática, é justo assinalar o lançamento da
Biblioteca Educação É Cultura. A iniciativa resultou de uma parceria do MEC-Fename e da Bloch Editores S.A., em 1980 . A publicação desses opúsculos, cada um de per st quase um vadt-mécum, era dirigida aos professores da rede de ensino médio, como ferramenta de informação a fim de despertar o interesse dos alunos para uma melhor compreensão de suas vocações. Foram escolhidas figuras representativas para a elaboração das monografias. Eram dez títulos: I. Realidade brasileira/Gilberto Freyre; 2. Literatura/
Josué Montello; 3. Música/Francisco Mignone; 4* Folclore/
Maria de Lourdes Borges Ribeiro; 5. Cinema/Wilson Cunha; 6. Teatro I/Raymundo Magalhães Júnior; 7. Teatro II/
7 ARQUITETUR A
8
Maria Clara Machado; 8. Artes plásticas I/Flávio D'Aquino;
9. Artes plásticas II/Wladimir Alves de Souza e, finalmente,
1 0. Arquitetura/Lucio Costa.
O aparecimento do volume IO — Arquitetura — interrompia o hiato provocado por razoável silêncio. Por esse tempo, só tínhamos acesso à palavra de Lúcio Costa através de garimpagem em alguns poucos livros, entrevistas e escritos esparsos, sendo a principal fonte os importantes estudos publicados nos primeiros números da Revista do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), iniciada em 1937-
C om menos de sessenta páginas em sua edição original, este pequeno grande livro é uma declaração de amor, um objeto de conquista e um manifesto. E perpassado por uma simplicidade calma e clara. E, sem ter essa intenção, naturalmente autobiográfico. O índice espicaça nossa curiosidade. Na "Conceituação", o livro nos mostra que a arquitetura é parte fundamental da criação artística como manifestação normal de vida, constituindo uma espécie de "álbum de família" da humanidade. Ex-APRESENTAÇÃO plícita o desafio do