arquitetura
RESENHA CRÍTICA: NORBERG-SCHULZ, Christian. O fenômeno do lugar.
GOIÂNIA
2014
Em seu texto ‘O fenômeno do lugar’ Norberg-Schulz defende que a arquitetura se afaste da ciência e tome sua posição como arte, busca em Martin Heidegger fundamentos para sua teoria e finalmente mostra o papel da arquitetura desligada da ciência. Inicialmente o autor define o conceito de ‘lugar’ que é de fundamental importância para o entendimento de sua teoria. Lugar seria a totalidade criada entre coisas concretas e uma qualidade ambiental. Aproxima-se muito do conceito de Fatos Urbanos proposto por Aldo Rossi ao defender que as cidades e os lugares possuem um espírito próprio inconfundível. “Portanto, um lugar é um fenômeno qualitativo ‘total’, que não se pode reduzir a nenhuma de suas propriedades, como as relações espaciais, sem que se perca de vista sua natureza concreta”. A qualidade ambiental dos lugares seria definidora das atividades humanas. Funções similares exercidas em lugares diferentes tendem a ser realizadas de maneiras diferentes, pois, os espíritos dos lugares são diferentes. Por exemplo, no Brasil quando vamos jantar esperamos encontrar uma mesa posta com garfo, faca, colheres, copos e pratos, já no Japão a mesa conta com hashis etigelas de porcelana.
Afastando-se ainda mais da ciência, Norberg-Schulz defende que a única maneira descrição da totalidade qualitativa dos lugares é a poesia. Norberg-Schulz afirma que o lugar é mais do que uma localização geográfica, ou seja, mais do que um simples espaço. “O lugar é a concreta manifestação do habitar humano”. O autor coloca que o mundo, como lugar, é constituído por elementos que transmitem significados. Em sua insatisfação por uma definição sobre o que é o lugar, ele a busca novamente na filosofia, mais precisamente no filósofo existencialista Heidegger. Este declara que o homem para ser capaz de habitar