arquitetura
Elisabeth Grimberg - Publicado em: 09/12/2004
Elisabeth Grimberg é socióloga, coordenadora da área de meio ambiente urbano do Instituto Pólis, membro do Fórum Nacional Lixo e Cidadania e integrante da coordenação do Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo
Elementos para um balanço da capacidade de suporte dos recursos naturais
Estudos científicos demonstram que desde o início da civilização as atividades humanas produzem alterações na Terra, mas o que está na ordem do dia das preocupações dos movimentos sociais globais é a velocidade e a escala da destruição ambiental e social provocadas pelas interferências resultantes de empreendimentos econômicos nos últimos 50 anos. Mais que isso, a população e a economia crescem exponencialmente, o que não acontece com os recursos naturais que as suportam (Postel, 1994).
O Relatório Planeta Vivo, publicado pela WWF em 2002, utiliza o conceito de “pegada ecológica” para qualificar a pressão populacional sobre o ambiente natural. Desenvolveu-se um método para medir o uso de recursos naturais feito pela humanidade e como isso se distribui pelos países e regiões. Constatou-se a partir deste instrumento que, devido ao tamanho da população mundial e de suas necessidades de alimentação básica, em nível de consumo de recursos, das tecnologias utilizadas e da quantidade de resíduos gerados, já foi ultrapassada em 20 por cento a capacidade de suporte da Terra. Dito de outra forma, as sociedades estão usando mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor.
O planeta tem 11,4 bilhões de hectares de terra e espaço marinho produtivos, ou seja, 1,9 hectare de área per capita para produção de grãos, peixes e crustáceos, carne e derivados. E hoje, no mundo, estão sendo usado em média 2,3 hectares por habitante.
É fundamental salientar que há profundas diferenças entre os países quanto à pegada média de um