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Especial Escolas
Sem muros nem cercas
Concebido com sistema modular flexível, projeto de colégio colombiano privilegia espaços públicos e dispensa muros
Por Valentina N. Figuerola Fotos Sergio Gomez
Erguido no bairro de Suba, periferia de Bogotá, na Colômbia, o colégio público Gerardo Molina surge de uma proposta arquitetônica ousada criada pelo colombiano Giancarlo Mazzanti
Sierra. À primeira vista, pode parecer que a audácia do projeto reside na linguagem arquitetônica arrojada e contemporânea do edifício, que contrasta com um entorno onde prevalecem moradias autoconstruídas de tijolos cerâmicos. Mas o grande diferencial está na relação amigável que estabelece com a comunidade. Cercas e muros foram completamente abolidos no colégio, executado a partir de um versátil sistema modular.
A volumetria simples e variada deriva da composição de peças modulares distintas, mas que eventualmente se repetem de acordo com as circunstâncias topográficas, urbanas ou de programa. Unidos, os módulos criam interstícios externos que são usados como praças pela população. "Em vez de um colégio isolado, elaboramos um projeto urbano com centralidades setoriais. Equipamentos como biblioteca, auditório, cafeteria e sala de computadores também são utilizados pelas pessoas do bairro, sem que isso afete o funcionamento da escola", afirma o arquiteto.
Os acessos ao edifício são caracterizados por áreas verdes, definidas pelos "módulos de arremate". "Esses módulos possibilitam a apropriação dos serviços do colégio pela comunidade e estabelecem a relação do prédio com a malha viária", acrescenta Mazzanti. O projeto ainda é composto pelos blocos "aulas", de dois pavimentos, e "conectores", circulações que viabilizam o agrupamento das peças em cadeia em linha reta ou em diferentes ângulos. Na escola Gerardo Molina, os módulos agrupados formam um pátio central, com quadra poliesportiva e áreas para lazer e