ARQUITETURA
Vitrúvio, além de descrever os saberes imprescindíveis ao arquiteto, ressalta ao longo do texto as qualidades e virtudes necessárias ao exercício profissional. Liberto de arrogância e avareza, características que ofuscariam os verdadeiros valores da arte, o arquiteto deve sempre buscar pela máxima qualidade e perfeição da obra, uma vez que este sim seria o seu maior bem: a ciência dos preceitos. Neste contexto, a prática de clientelismo, o oportunismo profissional e os valores ligados ao acúmulo ilimitado de fortuna são duramente criticados pelo autor. O arquiteto deve zelar pela dignidade e boa fama, uma e outra inseparáveis da competência na arte, a qual não se esgota na habilidade técnica mas requer o domínio da scientia, o aprendizado de muitas disciplinas e varias erudições. Ainda no primeiro livro, Vitruvio expõe as seis partes da arquitetura: ordinatio, dispositio, eurythmia, symmetria, decor e distributio. Os termos ordinatio e dispositio estão bastante ligados quanto aos seus significados. Vitrúvio define o primeiro como a adequação dos elementos da obra à justa medida, tendo como finalidade obter proporções e simetria. Dispositio