arquitetura e sustentabilidade
Marcelo J. Meiriño
Marcelo J. Meiriño é arquiteto e urbanista , formou-se em 1995 pela FAU/UFRJ e é membro do Grupo E3 – Eficiência Energética em Edificações, grupo composto por especialistas em racionalização no uso da energia elétrica em edificações
Até que ponto e de que forma a arquitetura contribui na busca por uma sociedade sustentável? Entende-se como desenvolvimento sustentável, aquele capaz de atender às necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras gerações. As questões ambientais e escassez de recursos energéticos fazem parte desse discurso; é na forma como arquitetos e engenheiros se inter-relacionam com esses temas que se dá a contribuição da arquitetura na sustentabilidade.
Abordaremos neste artigo a escassez de recursos energéticos e sua relação com a Arquitetura. A geração de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis (recurso finito), por meio de termelétricas que geram alto custo ambiental e estão sujeitas aos "humores" do mercado do petróleo, mostrou-se desinteressante aos países europeus já a partir de 1973 com o choque do petróleo, que abalou o sistema energético europeu.
O discurso ambiental só veio a se incorporar às preocupações energéticas na última década, como forma de contribuição no atendimento às metas estabelecidas no Protocolo de Kyoto. Nesse momento surgem as primeiras iniciativas no âmbito da economia e uso racional de energia elétrica, política que atingiu em cheio as edificações.
Quando a França, por exemplo, entre 1973 a 1989 obteve uma economia de 42% no setor, por meio de uma legislação visando o uso racional desse insumo em suas edificações, o modelo francês passou a ser adotado em toda a Europa. No início dos anos 90 foi a vez dos EUA, tornar obrigatória a adoção de legislação para economia e uso racional de energia elétrica em edificações em todos os estados da federação, embora alguns já a