ARMADOS
Vencedora do 2º Doc Futura, pitching promovido em 2011 pelo Canal Futura, a obra traz à tona a polêmica questão do desarmamento civil – a partir de entrevistas com representantes de diferentes segmentos sociais: policiais, especialistas e parentes de vítimas do tiroteio na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo – e revela dados impressionantes sobre o universo das armas.
Das 16 milhões de armas de fogo que circulam no Brasil, 90% estão nas mãos da sociedade. Quase metade desse armamento, cerca de 7,6 milhões, não está registrada. A ilegalidade impede o rastreamento das armas e contribui para o baixo índice de resolução de crimes no país: menos de 5%. Praticamente todos os cartuchos ilegais apreendidos em território nacional, 95%, são de origem brasileira. A indústria e o comércio de armas e munições no país registram faturamento de quase 1 bilhão de reais por ano.
Entre os personagens do documentário estão o músico e ativista social Marcelo Yuka (que também assina a trilha sonora original do filme), o coordenador do Programa de Controle de Armas de Fogo do movimento Viva Rio e sociólogo, Antonio Rangel, o delegado da Polícia Civil Orlando Zaccone, o cientista político Luiz Eduardo Soares, o deputado estadual Marcelo Freixo, a presidente da Associação Anjos de Realengo, Adriana Machado, e o diretor da CBC – Companhia Brasileira de Cartuchos (maior complexo industrial de fabricação de munições do Hemisfério Sul), Salesio Nuhs, entre outros.
Ao apresentar diferentes opiniões, a narrativa costurada pelo cineasta promove reflexões sobre o papel das armas e o impacto da violência armada na população brasileira. Para o diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinicius Cavalcante, a comercialização de armas permite