Aristóteles

2747 palavras 11 páginas
। Livro quinto da obra Ética a Nicômaco

No que diz respeito à justiça e à injustiça devemos indagar com que espécie de ações se relacionam elas, que espécie de meio-termo é a justiça, e entre que extremos o ato justo é meio-termo. Nossa investigação se desenvolverá dentro da mesma linha que as discussões anteriores (ARISTÓTELES, 2004, p.103). Na introdução do quinto livro, Aristóteles já apresenta claramente o caminho que ele deseja e irá trilhar na obra, que é a relação entre a justiça, o ato de justiça e as relações da justiça. Para Aristóteles, “a justiça não é uma parte da virtude, mas a virtude inteira”. A justiça como o arquétipo da virtude inteira nos conduz a compreender nas entrelinhas, que o filósofo esta falando do universo espiritual da polis, da relação dos cidadãos e essencialmente do que é importante e indispensável para o bem-viver e a harmonia da sociedade. A justiça, enaltecida por ele, corresponde à predileção do sujeito justo que é um legítimo probo, um ser proporcional e inviolável a lei, poderíamos dizer em termos modernos, homem que não se corrompe. Mas, quem seria o homem justo e o injusto para Aristóteles? Diferentemente do homem justo, o homem injusto é ímprobo e iníquo. Porém o foco desta questão é o ato justo e injusto. Aristóteles afirma: “Sendo os atos justos e injustos aqueles que descrevemos, um homem age de maneira justa ou injusta sempre que pratica tais atos voluntariamente. Quando os pratica involuntariamente, ele não age nem injusta nem justamente, a não ser por acidente (ou seja, fazendo coisas que resultam em justiças ou injustiças). E o que determina um ato justo ou injusto é o caráter voluntário ou involuntário do ato (ARISTÓTELES, 2004, p.118-119).O filósofo grego esta discutindo particularmente a intencionalidade do ato, discussão esta que perpassa todo o mundo grego antigo e caminha até os arredores do medievo e permeia as mais conflituosas questões antropológicas e teológicas da modernidade e da atualidade. Como

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