Aristóteles

Aristóteles, a vida política e a cidadania

1. Contexto histórico

Aristóteles nasceu em Estagira, mas viveu em Atenas, entre os anos de 384 e 322 a.C. Na Filosofia, foi discípulo de Platão, que por sua vez, era discípulo de Sócrates. Desde cedo seu conhecimento teórico se desvencilhou de seu mestre, pois ao contrário de Platão, cujo conhecimento era mais voltado à matemática (ciência abstrata, de representação da realidade), se interessou por biologia, talvez devido à sua procedência (seu pai era médico).
Contudo, Aristóteles não se limitou às ciências biológicas tendo seus estudos contribuído fortemente com inúmeras outras áreas do conhecimento humano, dentre elas a ética (Ética a Nicômaco), a lógica (Organon) e a política (Política). Esta última será objeto do presente trabalho.
Assim, pode-se afirmar que a teoria de Aristóteles recebe influência de Sócrates e Platão (apesar de não se resumir a eles), de maneira indireta e direta, respectivamente.
Cumpre informar que toda a teoria política de Aristóteles tem sua gênese no século IV a.C., num momento de declínio cultural-econômico, em que a Grécia sucumbe ao poderio bélico de Alexandre, o Grande, da Macedônia. Antes disso, porém, a Grécia vivia seu apogeu econômico-político-cultural, sob o comando do estratego Péricles, no século V a.C.
Desde o inicio se nota no texto aristotélico a apologia a uma política realística, em contraponto à política idealística, ditada por Platão em sua obra República. No entanto, Aristóteles definitivamente não desconsidera a obra de seu mestre, alternando amiúde sua abordagem, ora nela se baseando, ora criticando-a.

2. Pólis

Muitos autores tendem a traduzir o termo pólis de maneira equivocada, distinta daquele empregado na narrativa original de Aristóteles. Tal lapso se deve, talvez, ao transporte histórico que se engendra quando da conjugação do termo com os valores da era moderna, atribuindo a ele o significado de estado ou cidade.
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