Aristóteles e a Paidéia como fundamento
DA VIDA ÉTICA E POLÍTICA.
Por Isaac Silva
Resumo: O presente artigo foi desenvolvido a partir de uma investigação sobre o termo
“Paideia” dentro da sociedade grega clássica; seu significado e importância para aquela cultura, assim como os princípios subjacentes da palavra e a sua aplicabilidade no processo educacional e na formação da pessoa humana.
Palavras-chave: Educação. Formação humana. Política. Cultura.
1. O conceito de Paidéia
A Paideia é um termo grego que entre os latinos tem o seu equivalente humanitas, significando na sociedade grega, lato senso, educação, a formação do homem. Todavia, a ideia da Paidéia grega está para além da formação do homem, contempla também a formação do cidadão, com o fito da realização plena, ou seja, o aretê. No entendimento socrático, aretê é a condição de excelência. Em Aristóteles deve ser buscado pelos homens que possuem predisposição natural para a virtude, mas, também de alguma forma, aplicada, através da pedagogia, a todos os homens. Desse conceito surge a nobreza, a sociedade aristocrática, como elemento de estruturação da vida social da polis.
2. Aristóteles e a formação humana
Para esse ilustre estagirita, o homem é por assim dizer, um “animal político”, por conseguinte, capaz de conceituar e estabelecer relações através da linguagem, racionalizando suas ações. Destarte, a formação intelectual, moral e física do homem são condições indispensáveis para a consecução da virtude. Nesse contexto, Aristóteles trabalha a junção dos termos Paidéia e Politeia. Para este pensador havia na Polis, duas classes de indivíduos: aqueles considerados aptos naturalmente, ou através da boa educação, para a virtude – os chamados livres – e os escravos, sobre os quais os discursos morais seriam ineficazes. Em sua obra
Política, Aristóteles deixa muito claro que os escravos herdam essa condição naturalmente.
Todavia, diferente de Sócrates que negava haver diversos tipos de