Aristoteles
“Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer”[1].
E a razão é o que melhor nos faz conhecer.
A memória, a capacidade de recordar a experiência, é o que diferencia o homem das abelhas e dos animais, do mais inteligente do menos.
Pois,
Aristóteles discrimina três graus no conhecimento sensível dos irracionais, que com Fonseca se podem designar de: ínfimo, médio e superior. O ínfimo é próprio dos animais que somente vivem a experiência presente; o médio, dos que podem conservar a experiência passada mas não ouvem, e o superior, dos que ouvem, possuem memória e podem ser adestrados.[2]
Mas a espécie humana tem também a arte e o raciocínio.
“A arte aparece quando, de um complexo de noções experimentadas, se exprime um único juízo universal dos [casos] semelhantes”[3]. Sendo aqui, a memória necessária para tal feito apenas humano.
Mas na prática a experiência então nada parece diferir da arte. “E isto é porque a experiência é conhecimento dos singulares, e a arte, dos universais”[4]; e, por outro lado, porque o geral sempre diz respeito ao singular.
Exemplo: Não é o Homem a quem o médico cura, mas a Sócrates que por acaso é homem. Ou seja, cura-se o singular e não o geral, mas através do conhecimento do geral.
“Portanto, quem possua a noção sem a experiência, e conheça o universal ignorando o particular nele contido, enganar-se-á muitas vezes no tratamento, porque o objeto da cura é, de preferência, o singular”[5].
Os empíricos sabem o “quê”, os outros, os artistas – no sentido de techné -, o “porquê”. E, por isso, que a arte é vista como mais sábia, pois, como numa obra de uma casa, vê a causa do que faz, já os empíricos, não.
Logo, a teoria é o que os diferencia e torna o mestre-de-obras superior. E, uma vez que sabe a teoria, a pode ensinar.
Não julgamos ser a sensação que constitua uma ciência, embora constitua um conhecimento seguro dos singulares.
O motivo que nos leva a discorrer é