Argumentação
José Pio Martins
O mundo mudou muito. E continuará mudando. Quem não entender o rumo da história, correrá o risco de ser atropelado pelo trem do tempo e acabar pagando um alto preço em termos de redução da qualidade de vida. As informações sobre o mundo atual e as transformações que vêm ocorrendo trazem um recado muito especial para as mulheres.
Há 90 anos, a expectativa média de vida de uma pessoa nascida no Brasil era de apenas 33 anos. Na Europa desenvolvida era de 46 anos. Atualmente, segundo o IBGE, apesar de todos os problemas do país, a expectativa de vida do brasileiro já chegou a 73 anos, sendo 69 anos para os homens e 77 anos para as mulheres. Por volta de 2050, portanto daqui a apenas 40 anos, 30% da população brasileira terá mais de 60 anos, a maioria, claro, composta por mulheres.
Isso significa que o Brasil terá uma legião de mulheres acima de 60 anos, e mais: vivendo sozinhas. Cinco são as causas principais: 1) porque a expectativa de vida está aumentando; 2) porque as mulheres já estão vivendo, na média, oito anos mais do que os homens; 3) porque, nos casamentos que irão até a morte de um dos dois, os homens morrerão antes, seja por eles viverem menos, seja porque, na média, as mulheres casam com homens quatro ou cinco anos mais velhos; 4) porque muitas mulheres não se casarão; 5) porque parte dos casamentos acabará em separação.
Tal situação implica que, entre a população de idosos, as mulheres estarão em grande maioria e viverão muitos anos tendo que cuidar de si próprias, de seu sustento e de sua saúde. O recado principal de todo esse cenário para as mulheres é: cuidem de sua educação financeira e tratem de formar suas reservas para a velhice. Ou fazem isso ou vão sofrer, pois os maridos e o governo não irão tomar conta delas. Aliás, estão aí dois sujeitos aos quais as mulheres não devem confiar seu futuro: os homens e o governo. Ambos poderão traí-las e decepcioná-las (no