Arcadismo
O arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome "arcadismo" é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época, deixando para trás o lado místico e pensando na razão, busca a simplicidade, a natureza.
O Arcadismo conheceu duas fases: a primeira, de 1768 a 1808, quando predomina o espírito neoclássico; a Segunda, de 1808 a 1836, é marcada por manifestações pré-românticas.
O marco inicial do Arcadismo brasileiro é a publicação das Obras, de Cláudio Manoel da Costa. A descoberta das minas de ouro e diamante fez com que o eixo político-cultural do país fosse deslocado do Nordeste para Minas Gerais. A cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, torna-se o centro dos principais acontecimentos da época. É ali que ocorre a Inconfidência e onde se reúnem os poetas do chamado Grupo Mineiro.
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Houve nítido predomínio da poesia sobre a prosa e os representantes mais significativos foram:
O Arcadismo reagiu contra os exageros verbais do Barroco, propondo a clareza, a simplicidade e o equilíbrio clássico.
Cláudio Manuel da Costa
“Alguém há de cuidar que é frase inchada,
Daquela que lá se usa entre essa gente,
Que julga que diz muito e não diz nada.
O nosso humilde gênio não consente,
Que outra coisa se diga, mais que aquilo
Que só convém ao espírito inocente.
A frase pastoril, o fraco estilo.
Da flauta, e da sanfona, antes que tudo,
Será digno que Albano chegue a ouvi-lo.”
Inspirados na frase de Horácio, “Fugere urbem”(fugir da cidade) e levados pela teoria de Rousseau acerca do “bom selvagem”, os árcades voltam-se para na natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril:
Cláudio Manuel da Costa
Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;