ARC 04 ARTIGO
Material complementar para ARC – 1s2005.
Sugiro discutir o assunto com os alunos, ao término da NA 04.
O discreto charme da baixa renda
| 24/09/2003 – Revista Exame
Com inovação e tecnologia, as grandes empresas apostam num mercado que consome
372 bilhões de reais por ano
Por Nelson Blecher e Sérgio Teixeira Jr.
Pobre, baixa renda, emergente, classe CD, povão, mercado popular. São palavras e expressões que, cada vez mais presentes nas rodas de executivos, quebram a cabeça de consultores, geram trabalho para os institutos de pesquisa, lotam seminários e inspiram teses acadêmicas, aqui e lá fora. Por que, de uma hora para a outra, os holofotes do mundo corporativo se voltaram para os 4 bilhões de habitantes do planeta que sobrevivem com uma renda per capita em torno de 1 500 dólares anuais? É simples: há um pote de ouro à espera das empresas que aprenderem a construir modelos de negócios voltados para a
Cardoso, diretor do centro de base da pirâmide de renda. Quem diz isso é o consultor C.K. baixa renda da Unilever, na casa da manicure Meire Caetano, em
Prahalad, indiano radicado nos Estados Unidos, uma
São Paulo: embalagens referência quando o assunto é estratégias para mercados pequenas, sem ágio no preço emergentes. Professor de administração na Universidade
Michigan, os argumentos de Prahalad poderiam sustentar uma surpreendente teoria: nunca os ricos dependeram tanto dos pobres.
EXAME
Até o final dos anos 80, cerca de 75% das vendas dos fabricantes de bens de consumo provinham dos consumidores ricos e da classe média dos países desenvolvidos. Já na década passada, com os sinais de saturação desses mercados piscando nas matrizes, a geografia das corporações passou a se deslocar para os mercados emergentes. Com uma população somada de 2,6 bilhões de pessoas, os cinco principais emergentes
(China, Brasil, Índia, México e Indonésia) subiram ao pódio das vendas de refrigeradores, televisores e uma série de itens rotineiros. É nesses países que gigantes como