Apriorismo
a) Etimologicamente significa o processo de raciocínio a priori que consiste em partir de princípios anteriormente aceitos.
b) Na filosofia significa anterior à experiência.
c) Em sentido lato o processo a priori permite descobrir e prever fatos que, amiúde, serão verificados pelo processo a posteriori.
d) Em geral fundamenta-se na propriedade originária do homem, que é irredutível, portanto a priori, e que não é sancionada pela experiência, radicando-se em determinados sentimentos, princípios e direções volitivas (Külpe). Opõe-se, nesta acepção, a empirismo, também em moral. Como aprioristas em moral temos na filosofia inglesa os intuicionistas, assim chamados por considerarem os princípios éticos como imediatamente seguros e cognoscíveis por intuição, análogos aos axiomas geométricos. Kant desenvolve esse apriorismo em seus Fundamentos da Metafísica dos Costumes. Schopenhauer também o é, ao fundamentar, como móvel da justiça, a compaixão. Locke rebateu o apriorismo psicológico, que supõe princípios práticos inatos. Defende uma concepção empirista quanto às ideias morais e às normas éticas. Mas ao aceitar que as regras morais podem derivar da aceitação da ideia de Deus, Locke torna-se apriorista. O processo apriorístico permanece constante. Com os empiristas o apriorismo na ética tem perdido terreno, Entretanto, com Husserl, Max Scheler, Messer e, anteriormente Franz Brentano, tem-se afirmado uma evidência a priori para as valorações éticas, sendo desnecessário que essas ideias sejam inatas. Na fenomenologia de Husserl é reclamado para o conhecimento dos valores e de suas classes uma evidência originária, igualmente para o conhecimento dos fenômenos teóricos. Ele não tenta fixar normas mas, ao contrário, trata de conhecer a essência da moral e da razão de sua validade e, deste modo, também chega a ser, em sentido teórico, uma complementação da investigação empírica (Külpe).
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O sistema filosófico