Apresenta Ao De PT
Blimunda tinha esta capacidade de ver os outros por dentro. Este dom é por ela aproveitado para recolher as vontades que farão levantar a passarola e para libertar a vontade de Baltasar no último capitulo, no momento em que o seu corpo vai ser queimado pela Inquisição. No primeiro auto de fé, desde logo abençoado pela mãe acusada de feitiçaria que “viu” que aqueles dois tinham nascido para se complementar e, mais tarde, pelo padre Bartolomeu numa cerimónia íntima e inusitada:´
“Aceitas para a tua boca a colher de que se serviu a boca deste homem, fazendo seu o que era teu, agora tornando a ser teu o que foi dele, e tantas vezes que se perca o sentido do teu e do meu, e como Blimunda já tinha dito que sim antes de perguntada, Então declaro-vos casados. O padre Bartolomeu Lourenço esperou que Blimunda acabasse de comer da panela as sopas que sobejam, deitou-lhes a bênção, com ela cobrindo a pessoa, a comida e a colher, o regaço, o lume na lareira, a candeia, a esteira no chão, o punho cortado de Baltasar. Depois saiu”
Esta união com Baltasar conferiu a Blimunda um “identidade cósmica” onde luas e sóis convivem em harmonia, sendo o 7 a simbologia transmitida de uma ideia de união, de complementaridade e de perfeição do casal.
Quando Baltasar, parte sozinho, para Monte Junto, para verificar os danos causados pelo tempo na passarola e não regressa. Blimunda solta um grito de frustração e chora ao reparar que a passarola não se encontrava naquele local.
Encontra um frade que a tenta violar e mata-o com o espigão que pertencia a Baltasar. Blimunda procura-o por