Aprender Ensinar M Davini
Maria Cristina Davini
O presente texto pretende explicitar algumas linhas teóricas que orientam o modelo pedagógico, que tem servido de base à programação para formação de pessoal de nível médio e colocar para reflexão e discussão conjunta alguns problemas que envolvem a tarefa de ensinar do instrutor/supervisor na área de saúde dentro do
Projeto Larga Escala. Portanto o texto procura não só abordar aspectos teóricos como também orientar o processo de reflexão-criação, implícitos em qualquer ação pedagógica. A programação referida no Projeto de Formação em Larga Escala de Pessoal de
Nível Médio e Elementar se apresenta como a busca de uma nova forma de organizar o trabalho pedagógico nas instituições de saúde. De fato, a maioria das experiências realizadas, talvez influenciadas por um estilo de ensino próprio da tradição escolar, tem se preocupado em como ensinar, isto é, como mostrar melhor para inculcar melhor. Isto pode ser observado não apenas nas formas clássicas de treinamento como também em algumas formas aparentemente modernas que adotam um leque de meios técnicos audiovisuais. Na realidade, todas elas se organizam sobre a mesma base de “mostrar-informar-inculcar”, pretendendo que o aprendiz consiga reproduzir mais ou menos fielmente o que é ensinado.
Outras experiências, procurando quebrar a tradição anterior, adotaram a metodologia dialogal. O educando já não é mais visto como um objeto, mas considerado com a riqueza de suas experiências. Contudo, a falta de uma reflexão teórica sólida sobre este processo e a sua correspondente sistematização fazem com que tais experiências se enfrentem com dois perigos: ou não se avança mais além do diálogo subestimando os aportes científicos e com isso afetando seriamente a eficiência do pessoal; ou se quebra o diálogo em algum momento do processo partindo para uma segunda etapa de informação/ inculcação do melhor tipo tradicional.
Na verdade, a questão central é habitualmente