Apostila Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer.
Penteado, Helio (coord.). Oscar Niemeyer. São Paulo: Almed, 1985.
O despreparo do estudante.
"...Somente depois de casado e com filha foi que ingressei na Escola de Belas Artes onde me formei arquiteto. Muitas vezes me perguntaram por que escolhi essa profissão e a única resposta que encontro é gostar de desenhar.
Estudante de arquitetura, trabalhei no escritório de Lúcio Costa e depois na comissão que organizou para projetar o Ministério da Educação e Saúde e a Cidade Universitária.
Foram os meus primeiros passos na arquitetura. Jovem, recém saído da escola, sentia como era natural, meu despreparo diante dos problemas complexos da arquitetura embora percebesse que muitas vezes os analisava melhor, vendo-os de forma global e não como coisa isolada, como ocorria com alguns. E desenhava bem. Tão bem que o Lúcio me incumbiu das grandes perspectivas do seu projeto para a Cidade Universitária, designando-me depois para acompanhar Le Corbusier como desenhista." (p. 40)
"Minha formação humanística era pobre como ocorre com a maioria dos meus colegas e dessa lacuna procurei me libertar. A literatura me atraía e li bastante, li como quem nada sabe e tudo quer aprender. Li com a mesma devoção com que lera muitos anos antes a obra de Le Corbusier. E isso, sem pretensões literárias, deixa-me a vontade para lhes contar a minha pequena e insignificante aventura de arquiteto neste planeta." (p.44)
O modo de ver a arquitetura por Niemeyer.
"Meus primeiros trabalhos foram a obra do berço no Rio e Pampulha em Minas Gerais. Tinha o maior apreço pela obra de Le Corbusier mas nenhum entusiasmo pela arquitetura racionalista que surgia com suas limitações funcionais, sua rigidez estrutural, seus dogmas e teorias tão prematuros e discutíveis.
Sentia que o concreto armado reclamava coisa diferente. Numa arquitetura toda feita de sonho e fantasia, de curvas e grandes espaços livres, de balanços extraordinários.
Uma arquitetura que