Apostila de engrenagens
1.4 - Cinemática dos Engrenamentos
1.4.1 - Lei Geral do Engrenamento
Consideramos o engrenamento de dois perfis f1 e f2 pertencentes aos corpos (1) e (2) as quais podem girar em torno de eixos passando por O1 e O2 respectivamente e cujas velocidades angulares são ω1 e ω2 .
f1
f2
A1
O1
C
O2 ω2 P
ω1
N
E
Vp2
A2
Vp1 D
Se ω1 é constante, deseja-se saber quais as condições geométricas que devem ser satisfeitas por f1 e f2 para que ω2 seja constante, ou seja:
ω1 ω 2 = cte.
O ponto de contato P no corpo (1) tem velocidade de Vp1 cuja direção é módulo é:
| Vp1 | = ω1 x O1 P
1
Analogamente, a velocidade de P no corpo (2) é Vp2 ,
| Vp2 | = ω2 x O2 P
a O1P e o
a O2 P em módulo:
2
1
Apostila de Engrenagens 2
De
1
e
temos:
2
ω1 ω2 Vp1 x O2P
Vp2 x O1P
3
Traçando-se por P a normal comum N aos dois perfis verificamos que as projeções de
Vp 1 e de Vp 2 sobre N são tais que:
N
N
Vp 1 = Vp 2
Isto se justifica pelo fato dos dois corpos não poderem se penetrar.
Tracemos por O1 e O2 perpendiculares à reta N obtendo A 1 e A 2 .
PDN
PO1 A1
Vp1
N
Vp1
PEN
O1 P
O1A1
O2 P
O2A2
5
PO2 A2
Vp2
N
Vp2
Dividindo
4
4
e
5
membro a membro temos:
Vp1
Vp2
O1 P
O2 P
O2A2
O1A1
ou
Vp1
Vp2
Introduzindo
6
em
3
O2 P
O1 P
O2A2
O1A1
6
, obtemos:
OA ω i = ω1 = 2 2
2
O1A1
7
2
Apostila de Engrenagens 2
Tracemos agora a reta que passa pelos centros O1 e O2 , sua intersecção com N é o ponto C.
A1O1 C
A2O2 C
O2A2
OC
= 2
O1A1
O1 C
8
Podemos, após o desenvolvimento das relações geométricas, chegar às seguintes condições:
a. A relação entre as velocidades angulares (ω1 /ω2) de (1) e (2) é inversamente proporcional à relação entre os comprimentos dos segmentos que a normal comum aos perfis engrenados f1 e f 2 (no ponto de contato P) determina sobre O1 O2 (O2C/O1