APOSTILA BIOTECNOLOGIA NA AREA ANIMAL
O uso de animais como cobaias em estudos científicos vem de muito longe. Estima-se que desde o século XIX eles sejam usados na busca de solucionar problemas de saúde do homem. O primeiro experimento desse gênero realizado com sucesso foi feito em 1982 quando o DNA de um rato foi introduzido em um camundongo. Atualmente, os avanços na biologia molecular e na genética, já permitem aos pesquisadores fabricar suas cobaias de acordo com as necessidades do estudo que pretendem realizar. Christian, que nasceu em agosto de 2001, foi criado com uma mutação genética que provoca a síndrome de Marfan (SMF), doença que afeta o sistema esquelético ocular e cardiovascular. A maior causa de morte em pacientes com SMF é a ruptura da veia aorta. A SMF tem uma freqüência de aproximadamente uma a cada dez mil pessoas.
Lygia Pereira explica que, devido à experiência de seu grupo em trabalhar com DNA, foi desenvolvida uma linhagem de células tronco embrionárias de camundongo contendo uma mutação no gene da SMF (chamado de FBN1). Em seguida, o grupo da Faculdade de Veterinária, coordenado pelo professor José Antonio Visintin, ajudou a "transformar" as células mutadas em um animal. Para a pesquisadora, as técnicas de manipulação do genoma do camundongo "são instrumentos de pesquisa poderosos que nos ajudam a destrinchar o desafio da era pós-genoma: a função gênica, isto é, a função específica de cada gene.
Ter essas ferramentas de pesquisa no Brasil permitirá que vários grupos as utilizem para investigar seus problemas biológicos específicos, dando ainda mais força às pesquisas em nosso país". José Antonio Visintin, responsável pela reprodução dos camundongos, explica o procedimento na "criação" de Christian: "os embriões são produzidos pela superovulação das "camundongos" e três dias após a superovulação e cobertura das fêmeas, os embriões são recolhidos na fase de mórula. Essas mórulas têm a zona pelúcida (camada externa) retirada e são colocadas