Apontamentos historia portugal medieval - sociedade feudal
A densidade demográfica e a fertilidade do solo permitiram desde cedo a criação de excedentes de produção e a sua apropriação por uma minoria e, consequentemente, uma hierarquização social.
Dona de uma apertada rede de comunicações mas delimitada a leste por montanhas, a região do Entre Douro e Minho, leva a que os camponeses e senhores da região possam desenvolver uma certa autonomia nas relações sociais que os uniam entre si, sem grandes interferências de poderes externos, sendo que os maiores contactos seriam estabelecidos com os senhores galegos.
As diferenças de fortunas e de hierarquia facilitam as solidariedades e os compromissos pessoais, os serviços vassálicos e as protecções senhoriais, a constituição de séquitos formados por parentes pobres, mas também a emigração, para longe, daqueles que não se querem sujeitar a uma dependência doméstica sem futuro nem glória, ou, entre os camponeses, os que a terra exígua já não consegue sustentar.
Nesta região os pólos de dominação não se situam unicamente nos solares e castelos, mas também nas cidades e povoações mais importantes. Nestas povoações dominam os bispos com o seu cabido e os mercadores. Estes pertencem àquele pequeno grupo de homens que não se integram nas estruturas feudais, mas o seu domínio sobre a circulação de bens e os instrumentos de troca torna a sua existência necessária. Mais adaptadas às estruturas feudais encontram-se os mosteiros, detentores de poder regional, formando uma componente das mais importantes na sociedade da época uma vez que a natureza do seu poder se baseia na sua função religiosa e simbólica.
Os castelos situam-se nos montes e colinas que dominam os vales e os caminhos, os seus detentores aproveitam muitas vezes ruínas dos antigos castros da Idade do Ferro para construírem os seus lugares-fortes, vigiarem as estradas e defenderem-se dos inimigos. Até meados do século XIII muitos ainda permanecem como centros administrativos ou