Apologia de socrates
Evidentemente, não temos as respostas para essas perguntas. Quanto à posição pessoal do autor, porém depreende-se a sua concordância com as argumentações expressas nas palavras de Sócrates.
Neste sentido, a análise sobrecairá sobre as argumentações, as idéias, os conceitos, os problemas levantados, contra-argumentos, refutações etc, procurando compreendê-los a partir das regras de abordagem teórica aprendidas na disciplina.
A obra compõe-se de um preâmbulo e três partes. Na primeira, está “a defesa” de Sócrates onde consta o diálogo com Meleto, na segunda, “a pena” e “do esperado da pena”, e na terceira parte, “após a condenação” e “aos que votaram contra”, onde Sócrates faz uma reflexão sobre as suas convicções de vida e morte, e a relação com os deuses.
A obra está estruturada sob a forma de diálogo. O diálogo filosófico privilegia a função destinatário. Porém, o seu desenrolar não ocorre de forma pacífica, mesmo porque o contexto não permite a amistosidade. O autor não se apóia no interlocutor com liberdade. Trata-se de uma acusação a ser refutada. Eis a acusação, datada de janeiro de 399 a. C.:
“A seguinte acusação escreve e jura Meleto, filho de Meleto, do povoado de Piteo, contra Sócrates, filho de Sofronisco, do povoado de Alópece. Sócrates é culpado de não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos, e, também, é culpado de corromper a juventude. Pena: a morte” (Platão. 1999, p.59).