Apogeu da colonia 1770
10 Renascimento da Agricultura
VIMOS ACIMA até que ponto a mineração absorveu as atividades econômicas da colônia. A contrapartida da fulgurante ascensão das minas foi a decadência da agricultura. Coincide com esta causa in-terna de decadência o novo equilíbrio internacional do séc. XVIII. Desenvolve-se plenamente, então, a política colonial adotada desde o século anterior pelas grandes potências concorrentes de Portugal no ultramar; particularmente pela França e Inglaterra. É a chamada política do "Pacto colonial" destinado a reservar o mercado nacional de cada país às produções de suas respectivas colônias, e o comércio à marinha de sua bandeira. Este exclusivismo nacionalista colocará Portugal e suas colônias em muito má posição; sem marinha (esfacelara-se sob o domínio espanhol a que possuía), e não contando com um mercado nacional apreciável, restringe-se a saída pa-ra seus produtos coloniais. E os concorrentes do Brasil na produção do açúcar, em particular as Índias Ocidentais, começam a ganhar terreno sobre ele. Elas estão aliás melhor situadas que o Brasil. Em primeiro lugar pela proximidade maior dos mercados consumidores; além disto, pelo próprio fato de se desenvolverem em época mais recente. Repete-se o caso tão freqüente da concorrência de uma indústria mais jovem, que livre da rotina que embarga os passos da mais antiga, conta com trunfos maiores para a vitória. Esta circunstância explicará talvez, em grande parte, o atraso técnico relativo, no séc. XVIII, da indústria açucareira do Brasil. Fato que será constatado e reconhecido pelos observadores contemporâneos.
Seja como for, a primeira metade do séc. XVIII é um período sombrio para a agricultura brasileira. Mas a situação modificar-se-á completamente na sua última parte. Apontei acima os fatores que trouxeram o declínio da mineração; em seu lugar ressurgirá novamente a agricultura, que volta a ocupar a posição dominante que desfrutara nos dois primeiros séculos da