aplicabilidade da biossegurança e da bioética nos recursos estéticos
Bioética: a mudança da postura ética
O nascimento da bioética foi precedido de importantes transformações ocorridas no cenário social, político e tecnológico entre as décadas de 1960 e 1970. Por um lado, um grande desenvolvimento tecnológico fez surgir dilemas morais inesperados relacionados à prática biomédica (morte encefálica, doação de órgãos para transplante, bebê de proveta, descarte de embriões etc). Por outro, os anos 1960 foram também a era da conquista dos direitos civis, o que fortaleceu o ressurgimento de movimentos sociais organizados, promovendo, com isso, um revigoramento dos debates acerca da ética normativa e aplicada. Esses diferentes movimentos sociais adotaram como bandeira e trouxeram à tona, questões relacionadas à diversidade de opiniões, ao respeito pela diferença e ao pluralismo moral. ( Diniz D; Guilhem D. O que é Bioética? São Paulo, Brasiliense, 2002.)
Essa revolução continua em andamento e nas últimas décadas vem atingindo a medicina de maneira cada vez mais intensa. Suas idéias foram sendo estruturadas em um novo corpo de conhecimentos, dando origem a uma nova disciplina: a Bioética. Esta denominação é atribuída ao oncologista norte-americano Van Rensselaer Potter, que a utilizou pela primeira vez no livro Bioethics:bridge to the future. Seu objetivo era promover um novo diálogo entre ciência e humanismo que pareciam incapazes de comunicar-se. ( Séguin E. Biodireito. Rio de Janeiro, Lumens Juris, 2001.) Preocupado com a sobrevivência ecológica do planeta e com a democratização do conhecimento científico, aspirava produzir uma disciplina que combinasse o conhecimento biológico (bio) com o do sistema de valores humanos (ética). (Diniz D; Guilhem D. O que é Bioética? São Paulo, Brasiliense, 2002.)
Os autores do livro afirmam que ele "oferece uma análise sistemática dos princípios morais que devem ser aplicados à biomedicina" e sugerem quatro deles como base de uma teoria bioética consistente:
1º)