Apartheid
Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, a política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar: a proibição de casamentos entre brancos e negros, de 1949; a obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço), de 1950; a proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades, de 1950; a determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros), de 1951; a proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos), de 1953; criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões, de 1953. O apartheid também não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Segundo Carlos Evangelista Veriano, professor de História da PUC Minas, "é importante lembrar que essa política teve clara inspiração nazista".
Na década de 1950, a oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1959, com o ato de autogoverno, o apartheid alcançou o sua plenitude quando sua população negra ficou relegada a pequenos territórios marginais, autônomos e privados da cidadania sul africana. Até aquele momento, a África do Sul com