Apartheid
Em sua história recente, a África do Sul teve sua trajetória marcada pela questão da exploração colonial. No século XV a região teve grande importância na sustentação do projeto mercantilista lusitano, que utilizava os portos de sua porção litorânea como ponto de ligação entre as Índias e a Península Ibérica. Dois séculos mais tarde, a colonização dos protestantes holandeses promoveu a instalação de um novo grupo social conhecido como bôer.
No século XIX, os ingleses também se interessaram por essa mesma região, principalmente depois de descobrirem as ricas jazidas de diamante em solo sul-africano. Nessa época, a ação intervencionista neocolonial dos ingleses favoreceu a criação de uma série de leis que reforçava a superioridade da população dos brancos sobre os negros. Uma dessas primeiras leis foi a “Lei das Terras Nativas”, que garantiu aproximadamente 90% do espaço sul-africano para a população branca.
Com o processo de urbanização e modernização econômica que atingiu os centros urbanos do país, essa política segregacionista promovia a má remuneração e a separação espacial da população negra concentrada em bairros sem a mínima infra-estrutura. Uma outra regulamentação que reafirmava essa distinção era a Lei do Passe, que obrigava os negros a utilizarem um tipo de documento oficial que os autorizava a circular em determinados locais da África do Sul.
Apartheid
O apartheid, termo africâner que quer dizer separação, surgiu oficialmente na África do Sul em 1944, e serve para designar a política de segregação racial e de organização territorial aplicada de forma sistemática a aquele país, durou até 1990.
O objetivo do apartheid era separar as raças no terreno jurídico (brancos, asiáticos, mestiços ou coloured, bantus ou negros), estabelecendo uma hierarquia em que a raça branca dominava o resto da população e, no plano geográfico, mediante a criação forçada de territórios reservados: os Bantustanes uma espécie de