Apartheid
A palavra “apartheid” significa “separação”, “identidade separada”, e refere-se à política de discriminação racial adotada na África do Sul na segunda metade do século XX. Todo esse quadro se iniciou bem antes, durante os séculos XVII e XVIII, com a chegada dos primeiros grupos de colonizadores europeus, formados principalmente por holandeses e ingleses.
Os europeus dizimaram boa parte da população nativa e de grupos tribais da África do Sul. Pouco a pouco, esses colonizadores foram desenvolvendo uma ideologia racista e “nacionalista”. Na visão dos colonizadores, eles seriam a verdadeira nação; aqueles que não tinham características étnicas semelhantes eram considerados inferiores e passivos de dominação.
Este ilógico argumento permaneceu sustentado por vários anos. No século XX, mais precisamente em 1948, tal ideologia racista foi oficializada: o apartheid, regime que consistia em um conjunto de medidas, entre elas a criação de leis discriminatórias. Exemplos: passou a ser proibido o casamento entre brancos e negros, os negros passaram a não poder usar instalações públicas, foram criados bairros só para negros, entre outras leis.
O apartheid trouxe violência e um significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo comercial contra a África do Sul.3 Uma série de revoltas populares e protestos causaram o banimento da oposição e a detenção de líderes antiapartheid. Conforme a desordem se espalhava e se tornava mais violenta, as organizações estatais respondiam com o aumento da repressão e da violência.
Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990, o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid , o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.