Apartheid - ETAPAS, PROCESSOS E TENDÊNCIAS GERAIS
O Apartheid começou a ser desativado pelo presidente Frederik De Klerk, num tortuoso processo que iniciou com a libertação e Nelson Mandela e culminou com sua eleição à presidência do país em 1994. Este caminho foi difícil, com inúmeros conflitos internos, como a mobilização do grupo zulu Inkhata (aliado do regime do racista) contra os militantes do Congresso Nacional Africano, com a finalidade de desestabilizar o processo e intimidar seus militantes. Complicadas negociações antecederam a realização das eleições, envolvendo a garantia da posição de prosperidade da elite branca, a reintegração dos territórios dos bantustãos e a redivisão das províncias sul-africanas. Da mesma forma, foi pactuado que o parlamento elegeria o presidente e que para mudar a constituição seriam necessários dois terços dos votos parlamentares. Assim, a grande disputa é sempre impedir que o CNA (que governa em coalizão com o Partido Comunista da África do Sul) atinja o patamar de 67%, como forma de manter os privilégios negociados de “direito das minorias” (leia-se, o privilégio sócio-econômico da elite branca). A política econômica liberal encontra- se, igualmente, blindada e arduamente defendida pela federação empresarial e pelos organismos financeiros internacionais.
De qualquer forma os negros puderam votar e, principalmente, se locomover livremente pelo país, geralmente em busca de empregos e melhores condições de vida. Por esta razão surgiram enormes favelas junto às grandes cidades, mostrando uma pobreza que estava oculta em regiões afastadas, onde as “comunidades tribais” eram obrigadas a permanecer. Mas houve melhorias, pois o acesso à saúde, à educação, à eletricidade e, gradativamente à moradia, está sendo conquistado. Contudo, inegavelmente, há frustração pela falta de emprego, desigualdade social (agora há termo de comparação) e o resultado é o aumento da criminalidade, especialmente juvenil. O país também recebe muitos imigrantes