Aparelho fonador
O ato da fala consiste numa função adaptada, que envolve, na sua realização final, a mobilização de várias estruturas periféricas, especialmente aquelas dos aparelhos respiratórios e digestivo. Dessa maneira, os órgãos relacionados a função de fala implica no conhecimento de parte das estruturas dos sistemas respiratórios e digestivos. Dentro dessa concepção, pode-se assumir que as “vias aerodigestivas superiores” estão envolvidas no desempenho dessa refinada função humana e acabam por receber a denominação de aparelho fonador humano, ou ainda, trato vocal. Este último geralmente é descrito quanto à área compreendida entre região glótica (pregas vocais) e lábios, enquanto o primeiro engloba também a porção inferior das vias aéreas (traquéia, pulmão e brônquios).
Deve-se ter em mente que a complexidade dos mecanismos envolvidos neste ato não envolve apenas a mobilização de várias estruturas periféricas, mas a organização e coordenação dos diversos mecanismos da fala. A fala engloba os mecanismos neurolinguísticos (programação e processamento da fala), aerodinâmico (movimentação da corrente de ar para a produção dos sons da fala), fonatório (movimentação das pregas vocais); articulatório (movimentação dos articuladores), acústico (formação de fontes e filtros no aparelho fonador e radiação de ar); e auditivo (recepção e decodificação dos sons pelo aparelho auditivo).
As estruturas nesse processo de fala mudam de função continuamente, da respiração para a deglutição e ainda para a fonação. Essas mudanças ocorrem em pequenas frações de tempo e revelam tanto a complexidade de cada uma delas, bem como o refinamento do funcionamento integrado de cada um destes segmentos para realização de funções tão específicas.
Na fisiologia da fala, as estruturas do aparelho respiratório estão envolvidas em várias atividades: suprimento aéreo, geração da sonoridade (dada pela atividade de pregas vocais) e contribuição nas