Ao Mestre com Carinho
Filme importante, sobretudo, para o professor.
Pensar o filme ou qualquer outra questão a partir da perspectiva marxista nos faz refletir sobre os casos individuais – micros – enquanto situações que fazem parte das condições estruturais da sociedade – os aspectos macros. A vida de uma pessoa está intrincada dialeticamente com as condições materiais e espirituais que a sociedade – através de seu modo de produção – nos oferece. O contexto do filme em questão é a sociedade capitalista, londrina, dos anos 60 do século XX. Em linhas gerais, o filme retrata o posicionamento revolucionário de um professor perante a sua turma, que através de sua mudança de atitude engendrou um modo muito mais profundo e humano de desenvolver o processo educativo com os seus alunos. Temos em vista, com o filme, a possibilidade da educação – e da escola – não estar somente à serviço do capital, mas de servir, pelo contrário, para a formação de intelectuais orgânicos – indivíduos cônscios da prática da vida social e compromissados moral e intelectualmente com a dignidade da vida humana, que passa longe das tendências alienantes da sociedade capitalista.
A escola, na primeira parte do filme, pode ser vista como a casa da desgraça, como um depósito das contradições e de todas as condições degradantes que desviam as pessoas delas mesmas e que, ao mesmo tempo, sustentam o próprio modo de produção capitalista. Digo, a escola enquanto um espaço alienado e que reproduz a alienação. O que as pessoas faziam na escola? Os professores não toleravam as suas turmas, odiavam os diabos que eram aqueles adolescentes, odiavam as suas aulas e as