Análise sociológica do filme Crash - No Limite

INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho foi proposto pelo professor de Introdução às Ciências Sociais Dr. José Alcebíades de Oliveira Júnior. Este trabalho baseia-se numa análise do filme Crash – No Limite (2004), do diretor Paul Haggis.

O filme vencedor do Oscar de 2006 conta a história de vários personagens diferentes, porém, ligados entre si de uma forma que nem mesmo eles conseguem notar. Esta é a sinopse:

Tudo começa a partir do roubo de um carro de uma mulher rica. A partir de então uma série de incidentes acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista e seu jovem parceiro passivo em relação as suas atitudes, um detetive negro e seu irmão traficante de carros roubados, um bem-sucedido diretor de cinema negro que finge ser budista para não ter exposto sua origem afrodescendente, um imigrante persa que possui um pequeno comércio que vive sendo assaltado, um trabalhador latino que luta para sustentar sua família .. Todos estão lá como peões num intrigado tabuleiro de emoções que afloram conforme eles se encontram, ou melhor, se esbarram no acaso da vida do dia-a-dia. Nesses encontros, os personagens tomam consciência de quem realmente são e a maneira como conduzem suas vidas, muitas vezes patéticas. O sentimento que serve de fio condutor é o racismo presente nos EUA.

"Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa." (Frase do filme).
Partindo de tal premissa, Crash é um filme que demonstra o retrato de uma sociedade marcada pelo preconceito. Este, no entanto, não é refletido na ingênua fórmula preto-branco, mas antes é demonstrado como uma realidade multicolorida e complexa: negros, brancos, muçulmanos, latinos, pobres, ricos...

1) Sociedade de risco no contexto do filme Crash.

O deslocamento da sociedade industrial pela sociedade de risco ocorre quando