ANÁLISE SEMIÓTICA: FILME DOGVILLE

ANÁLISE SEMIÓTICA: FILME DOGVILLE

Dogville foi produzido em 2003 e dirigido por Lais Von Trier, o primeiro filme da trilogia “EUA: Terra de Oportunidades”.
O filme se passa em uma pequena cidade, Dogville, nome da cidade a qual intitula o filme. Logo de início, observando a escolha do nome para a cidade, encontramos duas representações possíveis. Dogville, traduzindo ao pé da letra, encontramos “Cidade do Cão”. Mas será que essa cidade é amigável, como um cachorro, o melhor amigo do homem? Ou então podemos analisar como um lugar ruim, uma “cidade do cão”? Será a simbologia de um pequeno cãozinho ou traiçoeira como uma fera? Esta é a dúvida que o diretor instiga desde o início da história.
É uma cidade com poucos moradores, situada entre as montanhas do oeste dos Estados Unidos. A história se passa durante a Grande Recessão Americana na década de 1930 e gira em torno de Grace (Nicole Kidman), uma jovem que, fugindo de perigosos gangsteres, acaba indo parar em Dogville. Tom (Paul Bettany) encontra Grace e sugere que a moça fique morando por lá e em troca faria pequenos serviços para seus moradores. Aos poucos, porém, os aparentemente amáveis habitantes de Dogville, ao descobrirem que ela está sendo procurada pela polícia, vão exibindo um lado sombrio e passam a explorar e chantagear a garota, impedindo-a de abandonar o lugar.
O diretor Von Trier criou um espaço cinematográfico simples e despojado, utilizando alguns objetos de cena, mas nenhum cenário; apenas linhas pintadas no chão demarcando duas ou três ruas e algumas casas. O cenário invisível (sem paredes, janelas ou portas) permite que o espectador veja os coadjuvantes em seus afazeres longe do foco principal da ação. Além de servir como metáfora do filme, não desviando a atenção do espectador para nada além da narrativa, o artifício ressalta a dramaticidade através da encenação.
Ao abdicar dos cenários e dos adereços, o diretor procurou valorizar o caráter de cada personagem para que o espectador,