Análise Salomé - Oscar WIlde
Basicamente, Salomé é uma princesa da Judéia que se apaixona por um profeta (Iokanaan). Filha de Heródias, que é a rainha da Judéia e mulher de Herodes, o rei que mandou matar seu irmão, antes casado com Heródias, para asumir o posto de rei. Herodes deseja Salomé e pede para que ela dance, e em troca lhe daria qualquer coisa até metade de seu reino. Salomé então consente a vontade do rei e pede a cabeça de Iokanaan, que a desprezou. Herodes então cumpre sua palavra, mas diante do horror de seu ato manda matar Salomé.
Os ingleses traduzem Salomé em perversidade. A estéril Salomé, mito da beleza adolescente, intocada e pura, é má. Trata-se de uma defesa ambígua da sensualidade e da luxúria. Salomé vence o brutal profeta, mas sua luxúria é a de uma virgem, sua dança uma festa do corpo inútil e perverso. Para eles, Herodes, na peça, é a figura da reconciliação traída entre a carne e o espírito. João Batista (Iokanaan), entretanto, resiste impávido as atrações e maneios da menina.
A história de Salomé baseia-se em fontes bíblicas:
Mateus, 14:1-12.
Naquele tempo, o tetrarca Herodes soube da fama de Jesus, e disse aos seus familiares: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos e por isto nele operam virtudes sobrenaturais.
Pois Herodes havia mandado prender a João, atá-lo e pô-lo no cárcere, por causa de Heródias, mulher de seu irmão Felipe; porque João havia dito: Não é lícito tê-la por esposa. Herodes, embora quisesse mata-lo, temia o povo, porque este o tinha como profeta.
Chegado, porém, o dia natalício de Herodes, a filha de Heródias dançou diante de todos e agradou Herodes, pelo que este prometeu, sob juramento, dar-lhe o que ela pedisse. Ela, instigada por sua mãe disse: Dá-me num prato a cabeça de João Batista.
O rei, embora entristecido, contudo por causa dos juramentos e também dos convivas mandou dá-la e ordenou que degolassem a João no cárcere. Foi trazida sua cabeça num prato e dado a moça; e ela a levou