Análise: Prática psicológica e direito
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS
Unidade Acadêmica de Psicologia – UAPsi
Curso: Psicologia
Disciplina: Psicologia Jurídica
Inácio Mariz – 110220109
Análise de texto:
Mediante quais práticas a Psicologia e o Direito pretendem discutir a relação? Anotações sobre o mal-estar.
A prática psicológica no campo da justiça certamente pode tornar-se objeto de apoderamento por parte das leis do Direito, passando assim, como a lei, a atuar ou até mesmo a impor uma disciplina normalizadora, que busca validar o discurso de verdade comum à justiça, tornando -se uma prática de caráter mais jurídico que propriamente da saúde ou das ciências humanas. Diante disso, deveríamos questionar a atuação do psicólogo perante a justiça, ou o contrário? Podemos problematizar essa questão a partir das propostas de Michel Foucault, no tocante em que se deve perguntar na verdade, como esses dois tipos de poderes, o da Psicologia e aquele do Direito, podem atuar nesse cenário, levando em conta ainda se, invariavelmente esse segundo deve se sobrepor sobre o primeiro apenas em razão do cenário em que eles dialogam, desconsiderando as questões em jogo. É possível nos perguntarmos, por exemplo, se o fato de Varas da Infância e Adolescência e de Família serem as que mais necessitam da atuação do psicólogo, já não aponta para a necessidade dessas Varas estarem implicadas a responderem demandas do judiciário muito particulares, e assim o exercício da lei não deveria adotar uma forma de poder menos encorpada aos códigos judiciários e mais flexível à própria equipe profissional responsável, que além do psicólogo, ainda pode contar com assistentes sociais, pedagogos, psiquiatras, entre outros, e que naturalmente institui uma nova forma de produção de verdade. Será que apenas o fato de utilizar-se de decisões e vocabulários, no caso dos jovens, que muitas vezes parecem apenas ter uma nomenclatura mais branda – réu/jovem