Análise notícia PIB
02/03/2013 00h22 - Atualizado em 02/03/2013 00h22
Puxado pelo setor de serviços, PIB brasileiro cresce 0,9%
Números mais preocupantes se referem à baixa taxa de investimentos.
É o menor crescimento desde 2009, ano da crise mundial.
A economia brasileira cresceu à decepcionante taxa de 0,9% no ano passado, um dos piores índices entre grandes países. Entre os números apresentados nesta sexta-feira (1), o mais preocupante é a baixa taxa de investimentos, essenciais para o crescimento da economia.
A previsão era de que tudo caminhava bem, até que o tempo fechou. No começo do ano passado, era consenso entre governo e economistas de que o Brasil cresceria entre 3 e 3,5%, mas todo mundo errou. “O que aconteceu no ano passado é que, ao longo do ano, algumas condições foram mudando”, afirma José Roberto Mendonça de Barros, economista da MB Associados.
“Todo mundo achava que o primeiro semestre do ano passado ia ser de ajuste e que, à medida que o tempo passasse, no segundo semestre, ia vir a retomada, e não veio”, diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú.
Nem juros menores, crédito em expansão e desoneração de tributos conseguiram salvar o ano. O PIB fechou em 0,9%, segundo o IBGE. É o menor crescimento desde 2009, ano da crise mundial. Só não foi pior por causa do consumo das famílias, que continuou crescendo, embora em um ritmo bem mais fraco.
O setor de serviços também ajudou a economia e foi o único que teve alta. A agropecuária recuou 2,3%, por causa da queda na produção de arroz e de soja. A indústria caiu 0,8%, mas, no setor de transformação, o resultado foi ainda pior (-2,5%).
Uma fábrica de válvulas na Grande São Paulo sentiu isso no dia a dia. Não contratou nenhum funcionário em todo o ano passado. As peças vêm de outra fábrica para serem terminadas lá e entregues aos clientes. Estão em um espaço que sobra no chão de fábrica. Não deveria, pois essa área já estava reservada e prontinha, com cabeamento e tudo, para