ANÁLISE MICROESTRUTURAL E MEDIÇÃO DE DUREZA PARA AÇO 1045 TRATADO TÉRMICAMENTE
Ana Leticia Lima Santos¹, Bruno Fernandes de Oliveira, Fernanda Kouketsu, Guilherme Henrique Schwab Antunes, Raphael José Barzotto
UTFPR – ME05E – S41
1. Introdução
Há milênios, a humanidade descobriu que, ao aquecer e subsequentemente resfriar um material metálico, alterava-se as suas propriedades mecânicas. Este processo, hoje denominado tratamento térmico, é empregado em larga escala nas ligas Fe-C, especialmente nos aços, e visa o aperfeiçoamento ou a minimização de certas propriedades mecânicas, por meio da alteração da microestrutura da liga. Conta-se com diversos tipos de tratamentos térmicos; cada um resulta em um certo tipo de estrutura, o que, consequentemente, determina suas propriedades. A seleção do tratamento térmico depende do que se deseja obter ao final deste processo, pretendendo-se adequar o material às condições de serviço às quais este estará sujeito. Neste trabalho, a discussão será acerca de dois tratamentos: a têmpera e a normalização.
A têmpera é um dos tratamentos térmicos mais importantes nos aços. O principal objetivo deste processo é a obtenção da martensita, microestrutura que proporciona ao material maior dureza e resistência mecânica. Entretanto, tem-se como efeito uma diminuição acentuada da sua ductilidade e tenacidade, e relativo aumento da sua fragilidade. Ademais, este processo propicia, em determinados casos, a ocorrência de tensões internas, de trincas e empenamentos. Estes defeitos podem ser atenuados, posteriormente, com o emprego do processo de revenimento.
Para realizar a têmpera, o material é aquecido a certa temperatura e, em seguida, é submetido a uma alta taxa de resfriamento para que não ocorra o fenômeno da difusão, impondo na peça uma transformação fora do equilíbrio. Pode-se observar no diagrama TTT (tempo-temperatura-transformação) na Figura 1 que a curva de transformação, a qual deve se seguir para que a martensita