Análise "Mar" Rubem Braga

Análise de “Mar”

Podemos perceber na crônica “Mar” de Rubem Braga, um uso constante de técnicas como figuras de linguagem que enriquecem o texto e o deixam mais interessante para o leitor. Alem disso, é importante ressaltarmos de que forma o autor nos transmite as emoções no texto e como elas se encaixam no assunto e tema. Primeiramente, o que nos chama atenção é que o mar possui um caráter epifânico, coberto de deslumbramento e descobertas, “era qualquer coisa de largo, inesperado”. Assim, podemos também mencionar que o tema principal seria o mar, como é claramente visto no título. Mas não somente o mar, e sim as sensações que o próprio provoca. O que nos é interessante é a evolução destes tais sentimentos, e como Rubem Braga consegue imprimi-los no texto. No inicio podemos perceber que os meninos são apenas crianças, pois a linguagem utilizada é bastante simples, infantil e sonora, possuindo desse modo, idéias ingênuas e imagéticas que são ao todo, sinestésicas. Um exemplo que retrata perfeitamente o que foi dito seria “tudo isso muito salgado, azul, com ventos”. No primeiro parágrafo, os períodos curtos também revelam uma infantilidade maior, pois é um elemento típico de crianças, “A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava”. A repetição da palavra “mar” nos conduz a acreditar que o mar é como um ídolo, algo que não sai da mente dessas crianças que só o conhecem na imaginação. Tanto é que quando o vêem pela primeira vez “houve um grito”, grito de euforia, uma exclamação de alegria e felicidade, “numa gritaria infernal”. Ao longo da narrativa, o narrador, que nos passa a informação em primeira pessoa (permitindo assim, uma proximidade com o leitor), transpõe um processo de crescimento e amadurecimento. Ele reconhece os prazeres que o mar pode o proporcionar, “andava longas horas pela praia infinita para catar conchas e búzios crespos”, e estes se estabelecem em uma relação tão íntima que no final da crônica é apresentado um diálogo, uma