Análise "Eu, etiqueta"
Análise do poema “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade
Introdução
A crítica que Carlos Drummond de Andrade faz está direcionada a sociedade de consumo estruturada no conceito de “Industria
Cultural” e de “Sociedade do Espetáculo”. Por Indústria Cultural percebe-se que em uma sociedade capitalista os produtores culturais são os responsáveis pela determinação e disseminação de artefatos e objetos culturais, tendências, hábitus, modas e segmentos a serem concebidos pelas massas, os produtores culturais determinam a cultura e o modo de vida das pessoas. Já analisando a “sociedade do espetáculo” a crítica direciona-se ao doença social do consumo que se coloca através da descartabilidade dos produtos e da velocidade de produção e da necessidade da aparência, um mundo ilusório em que a imagem pressupõe o real, dessa forma o ditado “ter para ser” que revela a necessidade do acumulo de coisas para ser alguém é modificado pela expressão “aparecer para ser”. A critica pressupõe a forma de organização e opressão social (coletiva) e a submissão individual.
O verso “é doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade” faz com que transpareça a moda não somente como um produto apenas, mas como a promessa da satisfação de uma necessidade que para algumas pessoas é praticamente vital.
Na atual sociedade do consumo, o ser industrial se tornou o homem anuncio itinerante, movido pelos apelos emocionais da propaganda modelizante, que modela o comportamento das pessoas e que aos poucos acabam perdendo a própria identidade.
“E fazem de mim homem anuncio itinerante” este é outro verso especial que revela como o homem se tornou “objeto pulsante mas objeto”, assim transparece a falta de subjetividade das pessoas, estas que muitas vezes acabam fazendo propaganda de graça, na busca de quem sabe ser aceito em algum grupo ou comunidade.
Drummond nos deixa claro que o ter substituiu o ser em várias