Análise ergonômica: atividade de carvoejamento
CARVOEJAMENTO.1
Pedro Sérgio Zuchi 2
1. INTRODUÇÃO:
Nos últimos tempos a Atividade de Carvoejamento tem sido considerada como sinônimo de precárias condições de trabalho onde ocorre exploração de mão de obra infantil, regime de trabalho assemelhado ao de escravos, devastação de florestas nativas, atividade poluidora.
Reportagem realizada pela revista ISTO É, que acompanhou ação do Ministério do
Trabalho no Norte de Minas e relatou a realidade encontrada:
"Pelo menos 80% dos carvoeiros são obrigados a morar com suas famílias no local de trabalho, em casebres improvisados há menos de 100 metros dos fornos incandescentes, cuja temperatura é superior a 100 graus centígrados. As moradias que abrigam famílias sempre numerosas, mais se assemelham a poleiros de galinhas coberto por folhas de coqueiros. As paredes quando existem são de pau a pique. Não há água potável nem luz. A água trazida não se sabe de onde pelo gato o subempreiteiro traficante de mão de obra é colocada em tanques abertos e tem a cor de ferrugem"
Em outro trecho a reportagem informa:
"Os carvoeiros trabalham por produção de metros cúbicos de lenha ou carvão. Por isso o trabalho de toda a família inclusive o das crianças é bem vindo. Os homens cortam os eucaliptos e transportam a lenha nos ombros até a bateria de fornos. As mulheres ajudam os maridos a colocar lenha na fornalha. Cabe as crianças o trabalho de passar barro nas rachaduras das paredes para evitar que o forno desabe" e continua:
"O principal instrumento de escravização neste trabalho degradante é através da imobilização por dívida. Os trabalhadores são forçados a permanecer nas florestas de eucalipto até que terminem de pagar os débitos contraídos por estratégia fraudulentas. Como são os subempreiteiros que compram a comida do mês - muitas vezes em mercearias de sua propriedade instaladas na cidade - eles cobram o preço que querem. Na hora do acerto, o débito é