Análise do Poema Um Despertar
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Pato Branco
Coordenação do Curso de Licenciatura em Letras Português- Inglês
UM DESPERTAR Mauricio Maculan1
Poema surrealista escrito por Octavio Paz(1914-1998), extraído da abra Árbol adentro, publicada em 1987.
O título da poema sugere um acordar para algo, abrir os olhos para algum lugar, para alguma coisa, “um despertar”, consciente de estar adormecido em um sono causado pelo cansaço físico ou um sono de ideais. Levando a acreditar em uma mudança de estado, o ato de despertar saindo de um estado de acomodação e movimentando-se. “Dentro de um sonho estava emparedado”, logo nesse primeiro verso constata-se que estava dormindo e sonhava estar preso, emparedado pelo sonho por muros que não tinham consistência nem peso, eram muros imaginários que sua consciência havia construído o impedindo de sair, “seu vazio era seu peso”, nesse trecho cria-se uma imagem paradoxal, ao qual cria uma ambiguidade de sentidos, pois o vazio não tem peso, então como ele pode o sonho criar muros a partir do vazio e sem consistência, capaz de emparedar alguém? Os muros eram feitos das horas e as horas eram seu acumulado e fixo desgosto, seu tempo era contado apenas pelos momentos de desgosto ao qual havia passado uma irrealidade que não se conta no tempo das horas da “realidade”, mas sim no tempo do sonho, no qual quem determina o tempo é a memória, que a partir de uma seleção confere ao sonhador como vai passar o tempo. Os estímulos, lembranças, fragmento de sentidos, a qual a memória causa ao sonhador pode proporcionar a sensação de durar anos no sonho e apenas uma hora contada da perspectiva da “realidade”, ou ao contrario, levar apenas segundos, arrastando o sonho, conferindo a este uma angustia, um desgosto que parece não passar o tempo. O sonho assim sendo, no primeiro verso, é algo que o mantém prisioneiro por muros sem peso, sem consistência, feitos a partir das horas de