Análise do poema “chuvas e trovoadas”, da autora maria lúcia medeiros
| MEDEIROS, Maria Lúcia [1942-2005]. “Chuvas e trovoadas”. In: Zeus ou a menina e os óculos. 2. ed. Belém: Maria Lúcia Medeiros, 1994. p. 75-79 [94 p.] |
Com um olhar voltado para o séc. XIX período no qual a Amazônia era considerada uma “Paris” em território Brasileiro, seu desenvolvimento econômico é regido pela descoberta do “ouro branco”; a matéria prima da tão cobiçada borracha. O auge da borracha intitulou esta época como Belle Époque. A influência francesa é presenciada nas artes, arquitetura e principalmente na literatura.
A escritora Maria Lúcia Medeiros adotou tendências voltadas para as questões existenciais na Amazônia, principalmente no que diz respeito à situação político-social. Sua literatura demonstra um salto à liberdade, que se circunscreve em seus escritos, como por exemplo, em Chuvas e Trovoadas que manifesta um olhar crítico da autora sob o conservadorismo da época. “Chuvas e Trovoadas”, por se tratar de um conto breve, possibilita ao leitor várias interpretações. O uso das figuras de linguagem constitui um recurso estético no conto: [...] tarde modorrenta se arrastando [...]; [...] mãos de fada [...]; [...] devorando livros [...] (MEDEIROS, 1994, pp. 75, 77 e 79).
Subentende-se semanticamente pelo título do conto, a apresentação de duas vertentes: a chuva representada pela sociedade tradicionalista versus trovoadas nascimento do inconformismo em relação aos padrões rígidos estabelecidos.
O comportamento requintado da professora mostra um exemplo a ser seguido pelas menininhas aprendizes, colocadas sob o jugo da submissão. Dentre essas meninas, destaca-se a menina de cabelos encaracolados, que de maneira implícita remete-se a formação do povo brasileiro, inicialmente representada pelos indígenas, ao demostrarem resistência à chamada aculturação.
Aparentemente o mundo irrepreensível daquelas meninas muito bem vestidas e adornadas por fitas e brincos, era o