Análise do filme: as horas
AS HORAS
O filme, As Horas, relata um dia na vida de três mulheres de épocas diferentes, mas com conflitos semelhantes. As três personagens têm em comum o sentimento de não-pertinência ao mundo cotidiano, insatisfação e sentimento de fracasso. A primeira história retrata um dia na vida de Virginia Woolf, em 1923, escrevendo seu célebre livro Mrs. Dalloway. Em Richmond, junto com seu marido procura curar seus problemas psíquicos, mas a cada dia ela se sente mais amargurada e infeliz naquela cidade. Seu histórico é bem conturbado, já tentou se matar duas vezes e diz ouvir vozes, faz tratamento psicológico há anos, mas os médicos dizem não ver muitos avanços. O seu marido com a esperança de que a esposa melhore abre uma editora na cidade para publicar o seu livro que está escrevendo, pois acha que escrever é uma forma de “distraí-la” um pouco. Neste contexto o único meio de Virginia se expressar acaba sendo em seus livros, seus personagens tem características pessoais e expressa os seus conflitos internos, inclusive o suicídio. Sua vida social não é muito ativa, pois depois que começou a ter alucinações às pessoas começam a ter receio em convidá-la para as festas, passeios e outras atividades públicas. Assim, seus pensamentos acabam que sendo um reflexo da crença de que ela é um problema e que já não serve para mais nada neste mundo, tal pensamento gera crenças intermediárias como: “sei que não vou me recuperar”; “me vêem como uma louca”; “eles me vêem como uma coitada”; “sou um peso na vida do meu marido”; “não tenho escolha na vida, o melhor é morrer”, “para que viver”; “tenho que morrer para deixar meu marido ser feliz”, “o melhor é morrer”; “se falar o que penso vão achar que são as vozes”; “queria ser como minha irmã”; “ninguém liga para o que eu sinto ou penso”; “ninguém ouve o que eu falo”; “minha vida foi roubada porque não tenho condição de tomar conta dela sozinha”; “não sirvo para mais nada”; “minha vida não é