Análise do artigo "construção do estado e identidade nacional na grã-bretanha"
865 palavras
4 páginas
O artigo “Construção do Estado e identidade nacional na Grã-Bretanha” trata de um tema muito pertinente e ao mesmo tempo distante dos principais assuntos discutidos em Relações Internacionais. Fala-se com facilidade da Inglaterra e da Grã-Bretanha, mas, afinal, o que é essa Grã-Bretanha? Sobre o que foi formada, qual sua identidade e mais ainda, ela de fato existe? Wolfgang Knöbl compromete-se a analisar a relação entre Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra: o Reino Unido, e apresentando diversas visões sobre o assunto torna a questão mais clara, mas não chega a uma conclusão sólida. Mostra-se necessário avaliar primeiramente a constituição da Inglaterra, elemento aglutinador e protagonista do Reino Unido. Quando estudamos a história das Relações Internacionais a posição inglesa nos surpreende, pois, ainda que tenha passado por momentos de menor atuação no cenário europeu, parece ser o país mais coeso, forte e que manteve certo equilíbrio no jogo de poder das potências. Podemos atribuir essa estabilidade ao fato assinalado por Knöbl de que desde os séculos XII e XIII a Inglaterra já era um Estado Unitário com administração centralizada e legislação atuante, enquanto toda a Europa sofria com o feudalismo (grande descentralização de poder e falta de reconhecimento de um único líder). Com apenas esse fator já podemos constatar que a Inglaterra “saiu na frente”, tendo mais tempo para aprimorar seu Estado. Outros pontos merecem destaque, como a similaridade de interesses entre Coroa e nobreza, e, principalmente, a existência do Parlamento. Enquanto outros Estados demorariam séculos até chegar à participação popular no governo, o Parlamento inglês já representava não só a nobreza, mas também “os comuns”. Com a Reforma Protestante surge o último ponto crucial para a unidade da Inglaterra e que permitirá a ligação desta com os demais países integrantes da Grã-Bretanha. A igreja estatal criada por Henrique VIII não teve, provavelmente, um intuito