análise de vênus anadiomene

Antes de analisar o soneto Venus Anadiomene, é relevante pontuar a época em que ele foi escrito para a compreensão de sua modernidade e caráter inovador. Presente no Cahier Douai (apanhado de poemas escritos entre março a outubro de 1870) ele foi entregue a Paul Demeny pelo próprio escritor para ser publicado.Nascido na cidade de Charleville,nas Ardennes. Arthur Rimbaud,contava com 16 anos quando o escreveu. Anterior a esse poema nós temos outros em referencia ao mito de Afrodite (Vênus na cultura romana) o Invocation à Vénus e Le soleil chair.O que difere deste objeto de estudo, é a forma como antes Rimbaud se ateve as tradições do mito. O que veremos nessa análise é a desconstrução deste mito e como ele ocorre através da escolha das palavras e do seu uso na forma.
Este poema é um soneto, composto de dois quartetos e dois tercetos totalizando 14 versos. O formato clássico escolhido associado com o título de Vênus Anadiome nos remete ao ideal de beleza, muitas vezes retratado nas esculturas como a Venus de Milo e nas telas de vários pintores célebres como Velasquez,Ticiano e principalmente na do artista renascentista Sandro Botticceli.Anadiome do grego significa”emergir”do mar, atributo de Afrodite que nasce da espuma do mar sob uma concha.Essa impressão do belo já é quebrada logo no primeiro verso (“Qual de um verde caixão de zinco....”)com o uso da palavra caixão, contrariando o título e a imagem que se formam antes de uma leitura completa. As ideias opostas de vida e morte, já preparam o leitor para o que se seguirá no terceiro verso em que entendemos a metáfora de caixão para uma banheira (“surge de uma banheira antiga...”). No primeiro verso há uma rima interna com a cor da banheira (vert-verde) com fer blanc(folha de zinco)que era utilizada para fazer as banheiras ou tinas antigas.Fazendo uma referencia ao quadro de Boticcelli,podemos dizer que a concha no poema é retratado pela banheira como o lugar comum que ambas emergem. É interessante notar a maneira