Análise de Obras
Revolução Francesa, morto esfaqueado no peito durante seu banho medicinal. Panos brancos envolvem seu cabelo e a banheira enquanto um terceiro pano, verde, cobre uma tábua posta sobre a banheira que funciona como uma mesa improvisada. Houve a vontade de mostrar a generosidade do morto ao dispor um valor monetário sobre a caixa no primeiro plano, o qual seria concebido benevolentemente à viúva remetente (na verdade Charlotte
Corday, assassina do político) da carta que Marat tinha em mão.
O homem, que teve a pele rejuvenescida e as manchas omitidas a fim de idealizar sua figura, possui tanto a cabeça quanto o braço pendidos para a direita, mostrando que nem a própria morte foi capaz de fazêlo mudar seus votos, estes os quais são eternamente para a direita radical, para os jacobinos. A disposição do corpo remete o fato que ele foi surpreendido pelo ataque, visto que não houve tempo nem de largar a pena e a carta as quais segurava.
Sendo esta uma obra neoclássica, ela abraça vertentes defendidas pelo movimento acadêmico, como por exemplo a utilização de cores frias e a divisão esquemática da pintura. O jogo de luz e sombra também é muito utilizado na obra, sendo estas utilizadas para destacar ou ocultar informações. Percebamos que há uma certa sequência nos pontos a serem notados pelos nossos olhos, que vão dos locais mais iluminados (o rosto e os braços) para os menos (o peito ferido, o sangue na banheira e a faca).
A primeira vista, por conta dos objetos dispostos sobre, aderese ao caixote de madeira presente no primeiro plano da pintura a função de mesa, todavia, de acordo com Argan, no momento em que visamos o escrito “À MARAT” na base do mesmo, a incumbência vai de apenas um mobiliário para uma lápide. A permuta ocorre tambném com a banheira, a qual adota o papel de túmulo, lugar onde o corpo de Marat jazi em paz.
Da mesma forma que Cristo se sacrificou